por Graziella Beting (jornalista e tradutora)
No mapa das línguas em risco está o aramaico, aquela que foi supostamente a língua materna de Jesus Cristo, hoje falada só na região de Maalula, perto de Damasco, na Síria. Uma das línguas com maior permanência na história, com mais de 3 mil anos, que chegou a se espalhar por todo o Oriente Médio, o aramaico tornou-se um dialeto local (que não é mais escrito), falado atualmente por cerca 1.800 moradores de Maalula, segundo dados da Unesco.
Diferentemente de línguas indígenas ou africanas, que provavelmente morrerão sem deixar registros, o aramaico é bastante estudado por lingüistas e historiadores. Mas isso não a torna uma língua viva. Para tanto, ela precisa ser praticada em seu local de origem. Em Maalula, onde 25% da população é muçulmana, foi inaugurada, no ano passado, uma escola que dá aulas de aramaico. A idéia é fazer com que as crianças da cidade aprendam a falar e escrever a língua que vem dando sinais de cansaço, na cidade onde, entretanto, a missa ainda é rezada na língua de Cristo.
Revista História Viva, Notícias, em 28/05/2008.
- Língua de Jesus luta para sobreviver em cantão sírio
- Nas aldeias da Síria, a língua de Jesus tenta sobreviver à televisão e à Internet
- Pai Nosso ecoa em vila muçulmana
- Reconstrução do aramaico beira a perfeição em filme de Gibson
- Aramaico (Alan Unterman)
- Dicionário hebraico-português e aramaico-português
- Aramit Discussion Group on Yahoogroups
Nenhum comentário:
Postar um comentário