Esther Szuchman
Tese de Doutorado em Língua
Hebraica, Literatura e Cultura Judaica (USP)
Data da defesa: 08/12/2011.
Resumo: Este trabalho propõe-se a investigar
e refletir, de uma perspectiva discursiva, a função da língua hebraica/segunda
língua no processo de ensino-aprendizagem e os principais fatores que incidem
neste processo de identificação/identidade, no atual contexto social-histórico
da coletividade judaica de São Paulo, representada em sua heterogeneidade pelas
escolas judaicas comunitárias: secular/laica e religiosa. A partir do discurso
didático-pedagógico que permeia as escolas judaicas comunitárias sobre a língua
hebraica, instituída como matéria regular obrigatória na grade escolar na
atualidade, visamos a analisar, através dos recortes de falas de exalunos,
professores e diretores, filiações simbólicas imaginárias que constituem seus
processos de identificação com a língua hebraica em sua estreita relação com a
história, a memória e a linguagem. Para tanto, em nosso gesto de análise
recortamos as sequências discursivas obtidas no nosso questionário sobre
identificação/identidade linguístico-cultural, a partir de posições-sujeito e
da representação imaginária dos ex-alunos, professores e diretores da escola
religiosa e secular/laica desdobradas em suas relações contraditórias em torno
de saberes sobre língua hebraica no processo de ensino-aprendizagem. Neste recorte
específico de saberes buscamos analisar a relação do sujeito com a língua do
outro na sociedade e na história. Colocamos em causa nessas análises a
concepção de sujeito, de identificação/identidade e o ensino-aprendizagem de
segundas línguas/língua estrangeira. Por fim, propomos um olhar sobre o
ensino-aprendizagem da língua hebraica, evidenciando a complexidade da relação
do sujeito consigo mesmo, com a língua do outro enquanto ser/estar entre
línguas. Trata-se do sujeito compreendido em sua heterogeneidade e na sua
contradição inerente, como também em determinações histórico-sociais e culturais
permeadas pelo inconsciente e pela ideologia que lhe são próprios. Nessa
perspectiva a subjetividade contemporânea se produz como um movimento na
história com seus deslocamentos e determinações entre o dentro e o fora, o
mesmo e o diferente, entre o outro das línguas, espaço de necessárias (re)
acomodações na impossibilidade de tudo dizer.
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