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sábado, 14 de maio de 2011

Línguas não territorializadas: o haketía, o judeu-espanhol oriental e a língua dos 'calons'

PAPIA: Revista Brasileira de Estudos Crioulos e Similares, No 13 (2003)

Línguas não territorializadas: o haketía, o judeu-espanhol oriental e a língua dos 'calons'

Maria Antonieta Cohen

Resumo: Neste artigo a autora apresenta aspectos de três línguas não territorializadas e os processos que acontecem com elas em contato com uma língua nacional e oficial, no caso o português.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Peleando pelo lamargo do hakitía

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Hakitia

domingo, 20 de julho de 2008

Haquitia: nosso dialeto quase perdido (Yehuda Benguigui)

Haquitia: nosso dialeto quase perdido
Yehuda Benguigui


"...aos que entre familiares, parentes e amigos, nos referíamos como “los nuestros”, eramos os sefaradim do Norte do Marrocos - o pequeno grupo de judeus que viviamos nas cidades de Tetuan, Tânger, Larache, Alcácer, Arcila, Chauen, Ceuta, Melila e também Gibraltar - os descendentes dos expulsados de Espanha de 1492 e que seguiamos falando o “espanhol”, mas que de fato era um idioma muito especial, chamado Haquitia...

Era um grupo que tinha consciencia de sua identidade istinta,
orgulhoso de seus costumes e valôres, mas muito pouco conhecido no exterior e que nunca chamou atenção aos investigadores até muito recentemente, e cuja saga e história, ainda não foi verdadeiramente escrita....”

Alegria Bendayan de Bendelac.


As “djudeolenguas” dos judeus sefaradim na Idade Média:

Os judeus viviam na Idade Média numa situação de isolamento físico, em relação aos cidadãos de outras religiões, reclusos em bairros especiais. Esse fato, trouxe em conseqüencia um isolamento social, cultural, econômico e também lingüistico.

Os judeus desenvolveram assim, umas formas características de comunicar-se entre si, tanto pelas peculiaridades e circunstâncias culturais como também por um sentido de autodefesa, para poder comunicar-se sem ser entendido pelos que os cercavam, que quase sempre os tratavam com atitudes hostis ou discriminatórias.

Nasceram assim, o que muitos eruditos modernos passaram a classificar como judeolínguas, ou como no original em ladino, “djudeolenguas”, que eram variedades do idioma da cultura dominante, utilizadas na vida social, familiar e comunitária das “juderias”, “Melahs”e no caso dos ashkenazim, nos “guetos” e “Shteitels”.

Sabe-se por exemplo, que a comunidade judaica de Roma falava já nos tempos do Império um latim com características bem específicas. Entre os ashkenazim, a judeolíngua é representada pelo idish, que é derivado do alemão, com muitas palavras do ivrit com pronúncia ashkenazí. Constam, judeolínguas paralelas ao francês medieval e ao provençal. Os judeus do norte da África falavam uma variedade específica do árabe, ou “arbía”.

Dessa maneira, o “djudeoespañol”, o idioma dos judeus sefaradim, foi outra dessas judeolínguas.

Antes da expulsão dos judeus da península ibérica, os mesmos falavam um espanhol peculiar, determinado sobretudo por razões religiosas. O uso da expressão “el Dio” ao invés de “Dios”, cuja letra “s” final parecia sinal de plural, o que seria incompatível com as bases do monoteísmo. Para não referir-se ao “domingo” da fé cristã, o indicavam com uma palavra de origem árabe “alhad”, que posteriormente originou a expresão “noite de alhad”, para referir-se a “motzaei shabat”, a noite da saída do sábado (b).

O “ladino”, deriva do espanhol da palavra “latino”, de fato era a forma como os judeus sefaradim utilizavam para transliterar as palavras do espanhol ou do “djudeoespañol” a textos litúrgicos em caracteres hebraicos.

Em sua origem, se tratava na verdade de um idioma artificial, que em princípio foi criado com finalidade pedagógica: o hebraico havia deixado de ser o idioma de comunicação do povo já na Idade Média e a maioria dos fieis era incapaz de captar o sentido dos textos religiosos. Assim, paulatinamente se recorreu ao artifício de transliterar os textos sagrados, escrevendo com palavras castelhanas, respeitando a sintaxe hebraica, para que o texto assim “ladinado”, servisse de guia a estudantes, fieis em geral, hazanim, etc. A raiz desse uso, o ladino entrou também na liturgia. E assim começou a ser também uma língua de comunicação. Ainda que não se conservaram textos medievais em ladino, se conhecem os primeiros livros impressos no século XVI. Nestes, os editores fazem referência a traduções antigas, peninsular e medieval, como por exemplo a “Biblia de Ferrara”.

Dessa forma, o espanhol antigo que os sefaradim utilizavam para comunicar-se era conhecido como “judesmo” e posteriormente também chamado de “judeoespanhol”, uma das “djudeolenguas”. O “ladino”, que era uma forma de transliteração ao ivrit utilizando o alfabeto Rashí, passou a representar todas as formas de “judeoespanhol” falado pelo judeus sefaradim nos diferentes países (Turquia, Balcans, Norte da África, etc), excluindo-se nesse caso a Haquitia, falada pelos judeus do Norte do Marrocos (c).

Extraído de (acesso em 16/11/2005):


Leia mais:

domingo, 13 de julho de 2008

Línguas em extinção: o Hakitia em Belém do Pará

Línguas em extinção: o Hakitia em Belém do Pará

Cássia Scheinbein

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- graduação em Estudos Lingüísticos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientadora:
Profa. Dra. Maria Antonieta Amarante de Mendonça Cohen.
Data da Defesa:
ano de 2006.

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo descrever o processo de extinção do hakitia, uma língua românica e judaica, na comunidade sefardita de Belém do Pará, Brasil. A pesquisa visou identificar em que estágio de extinção essa língua se encontra, quais de seus elementos ainda resistem, e assim compreender o que acontece com uma língua minoritária, em fase de restrição de uso frente ao português brasileiro. Faz-se uma contextualização histórica do hakitia, voltando-se a sua origem na Espanha, com a expulsão dos judeus em 1492, e suas várias rotas de exílio, dentre elas, o Marrocos no norte da África, e, a partir daí até a Amazônia. A pesquisa tem como base metodológica pressupostos gerais da sociolingüística laboviana; no que se refere ao contato lingüístico apóia-se em Thomason & Kaufman (1991). Os dados trabalhados são fornecidos por um corpus constituído para esta pesquisa, que compreende a transcrição de sete entrevistas com informantes de três faixas etárias de ambos os gêneros, da cidade de Belém. O trabalho mostra que o que ainda resiste do hakitia em Belém do Pará insere-se na estruturação das sentenças portuguesas. Foram classificados elementos lingüísticos, dentro do sistema verbal e nominal e também extra-lingüísticos, como o uso do hakitia como fator de identidade e língua de ocultação, dentre outros. As frases comuns e os provérbios são também registrados, mas relativamente poucos se comparados aos arrolados na literatura.

Palavras-chave: hakitia, sefardita, contato lingüístico, extinção, Belém do Pará.